Tarde te amei,
 ó Beleza tão antiga e tão nova,
 tarde te amei!
 Eis que habitáveis dentro de mim,
 e eu, lá fora, a procurar-Vos!
 Disforme, lançava-me sobre estas formosuras que criastes.
 Estáveis comigo e eu não estava Convosco!
 Retinha-me longe de Vós
 aquilo que não existiria,
 se não existisse em Vós.
 Porém, chamastes-me,
 com uma voz tão forte,
 que rompestes a minha Surdez!
 Brilhastes, cintilastes,
 e logo afugentastes a minha cegueira!
 Exalastes Perfume:
 respirei-o, a plenos pulmões, suspirando por Vós.
 Saboreei-Vos
 e, agora, tenho fome e sede de Vós.
 Tocastes-me
 e ardi, no desejo da Vossa Paz.

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