Não
sou sobras nem resto. Nem outros, nem dos outros.
Não sou canção e nem pegajosa solidão.
Não sou flores nem cores.
Não sou ponte ou poente.
Não sou ausente e nem presente.
Não sou o acaso precisando de decisão.
Não sou cacos quebrados por decepção, nem
estradas sem direção.
Não sou alma sem coração e nem cegueira sem
visão
Não cintilo sem brilho e não ofusco sem razão.
Não sou a lógica do mundo, a certeza da
questão.
Não sou alma confusa, nem prosa complexa à
procura de definição.
Não sou sábia nem sabida para entender a
confusão.
Não faço apologia a nada, nem tenho convicção
da estrada
Não sei quase nada de tudo e nem do resto.
Não suspeito. Não decifro. Não insisto.
Do pouco que existo, sou exausta a procura de
chão.
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