Conta para mim de onde a gente se conhece. De
onde vem o sentimento de que a sua história, absolutamente nova, é como um
livro que releio aos poucos e, ao longo das páginas, apenas recorda trechos que
esqueci. Conta de onde vem a sensação de que nos conhecemos muito mais do que
imaginamos. De que ouvimos muito além do que dizemos. De que as palavras, às
vezes, são até desnecessárias. Conta de onde vem essa vontade que parece tão
antiga de que os pássaros cantem perto da sua janela quando cada manhã acorda.
De onde vem essa prece que repito a cada noite, como se a fizesse desde sempre,
para que todo dia seu possa dormir em paz.
Conta
para mim de onde a gente se conhece. De onde vem essa repentina admiração tão
perene. De onde vem o sentimento de que nossas almas dialogavam muito antes dos
nossos olhos se tocarem. Conta por que tudo o que é precioso no seu mundo me
parece que já era também no meu. De onde vem esse bem-querer assim tão fácil,
assim tão fluido, assim tão puro. “Conta de onde vem essa certeza de que, de
alguma maneira, a minha vida e a sua seguirão próximas, como eu sinto que nunca
deixaram de estar.
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